Soldado "tiktoker" do ES punido por fazer vídeos de humor deixa a PM

O policial militar Thiago Garrocho, que conta com mais de 8 milhões de seguidores nas redes sociais, anunciou que decidiu não fazer mais parte da corporação capixaba.

No início do ano, ele recebeu uma punição da Polícia Militar do Espírito Santo por conta dos vídeos de humor e entretenimento no TikTok e em outras redes sociais.

Na ocasião, a corporação explicou que a munição foi motivado por contrariar "as normativas do Código de Ética e Disciplina a qual todos os policiais militares estão subordinados".

Em um vídeo publicado no último sábado (30), o soldado afirmou que pediu demissão voluntária da PM e, com isso, deve seguir novos caminhos. Ele declarou que iria até o Batalhão da Polícia Militar para entregar os armamentos e a farda.

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No vídeo, ele disse que iria gravar o dia que acreditava que "nunca iria chegar, mas chegou". Nas gravações, ele é acompanhado da esposa, Renielly Garrocho, que também é policial e participa dos conteúdos nas redes sociais.

"A gente nem precisava estar abrindo isso, mas achamos necessário. Estou indo até o Batalhão entregar a minha farda da polícia, uma farda que eu tanto batalhei. Larguei a minha família em Minas Gerais para isso, mas agora chega ao fim", afirmou o policial.

Em 11 de março deste ano, o soldado divulgou que estava sendo punido pela Polícia Militar em função de estar de farda nos vídeos de humor e entretenimento produzidos por ele, em conjunto com sua esposa.

Na época, ele foi suspenso por 10 dias de suas funções. A punição, aplicada pelo Conselho de Ética do Batalhão da PM em Guarapari, impediu Thiago de receber seu salário integral, R$ 3.800,00, bem como honrarias e medalhas durante o período em que estivesse afastado.

Na época, o casal tinha 8 milhões de seguidores: 600 mil no Instagram; 4,4milhoes no TikTok; 2,7 milhões no Kwai; 300 mil no YouTube; e 180 mil no Facebook.

"Estava sem opção", disse policial

Ainda segundo o policial, ele estava "sem opção", passando por momentos de infelicidade dentro da corporação.

Além disso, também descreveu que tentou buscar auxílio na PM, mas a resposta não foi da maneira como esperava. O soldado faz parte da corporação desde 2014, e nunca foi promovido.

"Saio de cabeça erguida, sabendo que fiz o meu melhor e que ajudei a mudar o olhar de muita gente, mas não acho justo o que estão fazendo comigo dentro da instituição e por isso resolvi abrir mão do concurso público", destacou.

Procurada pelo Folha Vitória, a Polícia Militar confirmou que Thiago Maximiano requereu demissão das fileiras da instituição. "A publicação da demissão foi divulgada e um boletim da instituição publicado no último dia 28 de setembro", disse a corporação.